Regulamentação Digital e a Renovação Moral na Era da Informação

O ambiente virtual está cada vez mais presente na vida de adultos e, de forma significativa, na formação de crianças e adolescentes. Embora a reversão pareça impossível e a limitação desejável, o mais importante, no momento, é que ele seja transformado em um espaço salutar, que forneça informações corretas e promova interações construtivas. A disseminação de desinformação, o incentivo a práticas humanamente condenáveis (sejam elas equivocadas, abusivas ou ofensivas) e o uso indevido para conteúdos nocivos, como a exploração infantil, exigem ação imediata.

Nesse cenário, a regulamentação das plataformas digitais torna-se crucial. A postura de figuras públicas como Felca, que se posicionam a favor dessa regulamentação, é um passo positivo e necessário. Há, sim, uma conotação moral profunda em todo esse debate. Mas o que, de fato, é a moral? A moral pode ser compreendida como um sistema de normas sociais não escritas que orientam a convivência. Essa dimensão é anterior a construções como o Cristianismo e, na contemporaneidade, deve transcender as amarras do capitalismo, adaptando-se às novas formas de interação social que emergem.

É importante notar que, em ambientes laicos, o “moralismo cristão” por vezes assume um tom pejorativo. Isso se deve, em parte, a episódios históricos nos quais ações foram tomadas em nome da fé, como a perseguição e a queima de pessoas, servindo mais aos interesses de poder e controle do que à verdadeira justiça. Contudo, essa ressalva não anula a necessidade universal de certas normas de convivência social. Todos deveriam concordar que as relações humanas devem ser pautadas por princípios fundamentais como o respeito mútuo, a cooperação e a compaixão, especialmente para com os carentes, vítimas de desastres ou guerras. São esses os pilares de uma moralidade renovada que buscamos.

Precisamos, urgentemente, renovar nossa compreensão de moralidade enquanto regulamentamos a vida virtual. A liberdade expandida que as telas do computador oferecem não pode ir além de nossos princípios humanos de justiça social e saúde mental. Tais princípios precisam ser aplicados e fortalecidos no ambiente virtual: proporcionalidade, razoabilidade, respeito à dignidade humana, transparência algorítmica e a responsabilidade cívica no ambiente digital.

Ademais, o fato de um influenciador digital ganhar dinheiro ao abordar questões morais não é, de modo algum, contraditório; jornalistas, por exemplo, também o fazem. No entanto, é fundamental reconhecer que nenhuma pessoa individualmente pode abarcar todas as verdades, e não deve ser criticada por essa limitação. Embora a ausência de um diploma formal em alguns influenciadores possa ser questionável, o que realmente importa neste momento, diante da enxurrada de desinformação, é a prevalência da informação correta. Mais do que credenciais, o que a sociedade necessita é o nascimento de uma nova moralidade, focada nos grandes princípios da humanidade, como a justiça social e a proteção incondicional de crianças e adolescentes.

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